quinta-feira, 31 de março de 2011

Novo Endereço do Blog!

Estou migrando o blog para o domínio astheneia.wordpress.com

O motivo é que o nome deste blog (InPacto) veio de um ministério formado há dois anos, numa igreja que não freqüento mais.

A razão do nome "Astheneia" é a sua definição. Astheneia significa "fraqueza". É a palavra grega usada por Paulo em "o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Escolhi esta palavra porque tem tudo a ver comigo. Revela a minha essência, o que sou: Fraco.

O blog será mais livre também. Todas as postagens foram transferidas para o outro domínio. Então... Vejo quem ainda deseja continuar vendo este blog por lá.

Abraços...

Vinícius Santos Albuquerque

segunda-feira, 21 de março de 2011

A Oração de um Publicano

Acredito que hoje é a primeira vez que não farei um devocional aqui neste blog. Meu coração está pesado com coisas que não me permitem ser sucinto demais, nem tampouco objetivo demais. A única alternativa que me resta é escrever o que está no meu coração neste momento, como um salmo a Deus. E que toda a minha fraqueza dê lugar à perfeição do poder de Deus, na graça de Jesus Cristo.

Entrei no templo para te adorar em comunhão com meus irmãos. O que vi foi espantoso. Muitos braços reunidos, planejando trabalhar. Mas e eu que sou boca? E eu que sou olhos? E eu que sou joelhos? E eu que sou coração? Aliás, esse coração, há muito tempo, tem me colocado em problemas sem fim.

Como um louco, estúpido, eu ouso perguntar: Por que me fizeste tão compassivo? Por quê sempre escolho sofrer? Por quê não consigo viver para mim como todos os outros? Por quê sempre decido pelo desprendimento, mesmo quando todos se voltam para mim, dizendo: "Você precisa pensar um pouco em você, senão você ficará sem dinheiro, casa, família, emprego". A resposta é esta: Tuas grandes muralhas de graça me cercaram antes mesmo do tempo existir.

Passei por paixões, devido a esta graça. Passei por lutas, devido a esta graça. Passei por derrotas, quando você me dizia: "A minha graça te basta". Assim, esta minha alma boba segue, aceitando tudo o que lhe é imposto. E ainda que boba, é mais sábia do que muitos, porque entende que não pode fugir do seu próprio ser.

Muitas vezes passei por "esquizofrenias emocionais", onde a consciência do próximo era tão grande que me via como sendo o próprio. E isso logo trouxe muitas dores. A incompreensão está nestes próximos, que não querem ser amados. Querem apenas serem abandonados, escorregando até o túmulo.

Quanto a relacionamentos de afeto conjugal então, nem se fala! Já cheguei a perder a vontade de me casar por ver tantos casamentos desmoronados. Por que, então, jogar na loteria? Já sei que vou perder. Sempre. Sou pobre de espírito. Não tenho força para fazer nada que um casamento precisa para dar certo. Por isso sempre vivi sozinho.

Ao ver tudo isso, percebo uma coisa: A minha independência não me basta. Tudo o que orei a Ti até agora, está baseado na frustração que vivo ao tentar ser o que devo ser. Não Te incluí em nenhum momento. Percebo, então, que o meu defeito é não contar contigo. Você que sempre diz a mim: "Conte comigo sempre!" Por favor, me liberte da minha independência. Seja um comigo, para que eu seja perfeito. Alivie-me, pois estou sobrecarregado e cansado.

Espero o teu falar romper o meu silêncio. Espero que o teu amor por mim seja grande a ponto de transponir a minha indiferença. Destrua o meu orgulho e eu serei livre para te mostrar o meu amor.

De alguém te ama da forma mais imperfeita do universo,
Vinícius Santos Albuquerque

sexta-feira, 18 de março de 2011

Deus é Presença

“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença.”

Salmo 42.5


A alma enxerga Deus como circunstância o tempo todo. Esta é a luta do salmista. Ele começa o salmo dizendo que tem sede de Deus, mas só no terceiro versículo do salmo 42 podemos ver o significado da definição do que seria “Ter Deus” para o salmista. As pessoas dizem: “Onde está o teu Deus?” O salmista havia selecionado algumas circunstâncias que denotavam a presença de Deus para ele e para todas as pessoas que o cercavam.


“Se Deus estivesse comigo, estas lágrimas não estariam rolando”. “Se Deus estivesse comigo, esta tristeza, definitivamente, não estaria”. No meio do salmo, esta alma tem uma revelação: “Por que estás abatida, ó minha alma? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença”. Esta é a consciência de quem percebeu que Deus é presença e não circunstância. O mundo pode estar desmoronando; Pessoas podem estar zombando de você, dizendo “Onde está o teu Deus?”. Deus é presença que transcende as circunstâncias. Transcende a sua escassez financeira. Transcende os problemas físicos. É uma presença que salva. E esta presença salva de quê?


“ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”

Mateus 1.21


Ele é a presença que nos salva de nossos pecados. Não salva de lágrimas, mas a promessa é de que Ele mesmo enxugará estas lágrimas no dia da sua vinda (Apocalipse 21.4). Não salva de castigos, mas cada castigo é demonstração de amor e cada surra é demonstração de filiação (Hebreus 12.6). A Presença nos salva de pecados. E, nos salvando de pecados, a presença nos salva da morte (Romanos 6.23). A presença de Deus é notada numa vida de santidade. E santidade, para um homem em processo de vivificação, é um desejo desenfreado por Deus unido a um sentimento de repulsa e nojo pelo pecado.


Vinícius Santos Albuquerque

quarta-feira, 16 de março de 2011

Finalmente Vivos! - John Piper

Finalmente Vivos! from Editora Fiel on Vimeo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Orações Perseverantes

“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”

Lucas 18.1-8


Jesus escolheu um tema: Perseverança na oração. Orar sempre (constância) e nunca desfalecer (perseverança) é um dever. Nós vivemos numa sociedade imediatista. Fazemos um macarrão instantâneo em três minutos. O próprio nome do alimento já diz tudo: Instantâneo. Tudo precisa ser num instante. O twitter se limitou a 140 caracteres para ser uma ferramenta ágil. Nós nos perdemos em meio às atividades. Porém, o mais intrigante é que quanto mais utilizamos de artifícios para sermos mais rápidos, menos tempo temos.


Hoje temos aviões a todo o momento sobrevoando o céu. Alguns passageiros não querem perder tempo, então ligam os seus notebooks e aproveitam para resolverem algumas coisas na internet. Tudo em um segundo. Mesmo assim, nossos avôs tinham mais tempo para a família, ainda que demorassem muito mais em suas tarefas diárias. E toda esta carga de ansiedade é transferida para as nossas orações, afinal “se tudo é tão rápido, por que Deus não age assim também?”


A falta de perseverança na oração é um sinal de que nos conformamos com o mundo. É o mundo que não sabe esperar. E alguém que não consegue esperar não pode ser nem cristão, pois os cristãos vivem esperando o retorno do seu Salvador! Então devemos ser constantes e perseverantes em nossas orações, porque Deus fará justiça aos seus escolhidos. Os escolhidos são aqueles que clamam de dia e de noite, orando sem cessar. E não foram escolhidos por isso, mas o clamor deles é a evidência de que foram escolhidos.


Quando o Filho do Homem vier, encontrará fé sobre a terra? Ou encontrará homens, andando de um lado a outro, morrendo de ansiedade? A oração nos transforma. Que Deus nos dê o coração desta viúva, para que busquemos nEle o que convém buscar.


Vinícius Santos Albuquerque

sexta-feira, 4 de março de 2011

Orações Feitas a Ninguém

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”

João 4.10


Ninguém pede dinheiro a mendigo. Ninguém pede água a sedento. Ninguém pede comida a faminto. Este princípio parece óbvio. E eu disse “parece” porque só parece óbvio, mas não é. Óbvio é aquilo que todo mundo sabe, pratica e discerne por intuição, sem que ninguém precise ensinar. ‎Este princípio não é assim.


Usei o termo “ninguém” no começo do texto, porque ele exprime a verdade deste versículo. Enquanto Deus for “ninguém” no seu entendimento, você passará a vida inteira tirando água da cisterna para você e para Deus, exatamente como a mulher samaritana achou que poderia fazer. O susto do grande “Ninguém” que estava diante dela foi tanto que “Ninguém” exclamou: “Ah se você me conhecesse! Você me pediria e eu te daria água viva!” Quando “Ninguém” se tornar “Alguém”, as orações fluirão dos seus lábios de forma natural.


Conheço pessoas que não oram porque acreditam que Deus não existe. Conheço pessoas que não oram porque acham que Deus tem coisas mais importantes para fazer. Conheço pessoas que não oram para não incomodar a Deus. Conheço pessoas que não oram por não saberem a vontade de Deus para pedir de acordo com ela. Conheço pessoas que não oram porque acham que Deus não gosta delas. Tudo isso acontece por não conhecermos o “Alguém” que está na cisterna pedindo água para nós.


Este “Alguém” pede água a sedentos, dinheiro a mendigos e comida a famintos, porque quer que conheçamos a Ele para pedirmos a quem devemos pedir. Ele nos pede aquilo que somos incapazes de fazer para que Ele mesmo possa nos capacitar enquanto lhe pedimos. “Alguém” pede santidade a pecadores, pede amor aos duros de coração, pede vida aos mortos. E “Alguém” só nos pede para que peçamos a Ele.


Pare de oferecer a Deus aquilo que você não tem e comece a pedir! Como disse Calvino, "Resta que nEle busquemos e dEle, em súplicas, peçamos o que aprendemos nEle residir". Aprenda o que reside, habita, mora em Deus. Depois de aprender, peça. Porque depois que se aprende a suprir necessidades, nunca mais se passa fome.


Vinícius Santos Albuquerque

quarta-feira, 2 de março de 2011

Orações Adúlteras

“Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?”

Tiago 4.2-5


Uma esposa pede cem reais para seu esposo. Ele dá. Ela pega os cem reais e gasta com seu amante. Esta é a cena descrita no livro de Tiago. Pedir mal é pedir para gastar nos meus próprios deleites, nos meus próprios prazeres. Simples assim. Uma oração que pede para satisfazer desejos carnais é como o pedido de uma mulher adúltera ao seu marido.


Um casamento está fundado num princípio muito singular: Tudo é feito em benefício mútuo. Ainda que seja um benefício direcionado, isto sempre retorna ao benfeitor de alguma forma. Se o marido resolve dar para a esposa um dia de spa, ela ficará mais bonita para ele. Se a mulher resolve suprimir um motivo de discussão para não irritar o homem, receberá paz em troca. Este não é o caso de uma mulher adúltera. A mulher adúltera vive para si. Esta é a base do adultério: Considerar o benefício próprio melhor do que o benefício mútuo.


Entendendo isto fica fácil perceber que toda oração deve ser baseada nesse princípio: Tudo o que peço deve ter como fim uma retribuição alegre para Deus. Esta retribuição não é um pagamento, não é uma doação, mas é ação de graças. É o retorno de uma alma grata a Deus pela salvação. É o retorno de um salvo, que quer viver para tentar trazer mais alegria ao coração de seu Senhor, mesmo sabendo que não conseguirá fazê-lo.


Vinícius Santos Albuquerque

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Onde estaria Eu? - Stênio Marcius


Onde estaria Eu?
Stênio Marcius

Lá vem um Homem
Saiu de um beco
Desceu a rua
Cruzou a praça

Em direção ao templo vai
Ai meu Deus!
Traz um chicote nos ombros
Trançado por suas mãos

Lá vem um Deus
Vem decidido
Indignado
Zelo incontido

Quem ousaria então cruzar seu caminho?
Vai começar seu juízo
E é pela casa de Deus

Voa cadeira, voa barraca
Voa mesa e moeda

Passa boiada, passam ovelhas
E os devotos da barganha

Corre quem vende, corre quem compra
Corre quem intermedia

Mas o que foi alí orar, permaneceu

Mas e eu, sinceramente, onde estaria eu?
Ajoelhado e contrito ou correndo com medo de Deus?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Morte não é um Fim em Si Mesma

“E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.”

Romanos 7.10


O “Cristão” atual é muito diferente do original. Faço questão de escrever “Cristão”, dessa forma, porque o significado que esta palavra carrega, atualmente, se distanciou demais da sua etimologia, do seu sentido. “Cristão” não bebe. “Cristão” não fuma. “Cristão” não ouve musica secular. “Cristão” não fala palavrão. “Cristão” não acha graça dos outros, porque não se assenta na roda dos escarnecedores. Esse é o “Cristão”. Tão vivo quanto uma estátua pode ser.


Paulo nos fala deste mandamento, que era para vida, mas ele achou que era para sua morte. Paulo enxergou os mandamentos sob a perspectiva do “não”. Ele era fariseu, criado aos cuidados de Gamaliel. Estava acostumado a coar mosquitos e engolir camelos. Quando enxergamos os mandamentos sob esta perspectiva, encontramos um monte de morte. Olhamos apenas para o que devemos deixar de fazer. Morrer é deixar de fazer. Morto faz tudo o que o “Cristão” faz, ou seja: Não faz nada. Se é apenas para deixar de beber, fumar, drogar e se prostituir, mate o cidadão! Te garanto que isso torna tudo mais fácil.


Quando entendemos que toda morte, no cristianismo verdadeiro, é para gerar vida, todo processo de paralisação será destruído. Eu paro de beber, mas começo a orar. Eu paro de semear contendas, mas começo a pregar o Evangelho. Eu paro de me prostituir, mas começo a amar a pessoa incondicionalmente, independente do que ela possa me oferecer. O mandamento não é para a morte. O mandamento é para vida. Então viva. Se a morte que há em você não está gerando vida, comece a orar nesse sentido. É possível que não seja uma morte que deva ser morrida. Se o grão de trigo morre, ele deve produzir fruto. Se não produz fruto, pode ser que não seja um trigo morrendo. Talvez uma pedra. Talvez uma casca vazia. Mas não uma semente.


Vinícius Santos Albuquerque

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tendo Tudo Sem Ser Dono de Nada

“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns”

Atos 4.32


“Mamãe... Eu quero”, diz a criança com poucos anos de idade, que ainda pronuncia mal as palavras. Desde pequenos somos hipnotizados para vivermos em um sistema de trocas e posses. A idéia de posse e de barganha está na cultura do homem. Nossos filhos são ensinados assim. “Se você não fizer bagunça, papai leva você pra tomar sorvete”. Assim, aprendemos que os relacionamentos se baseiam na troca, no escambo.


É assim que os professores se relacionam com os seus alunos; é assim que os pais se relacionam com os filhos; é assim que os casais se relacionam entre si; é assim que os patrões se relacionam com seus funcionários. “O que é meu, é meu. Não pode ser dado de graça”. Eis o problema que temos para aceitar a graça divina.


Deus, em sua soberania, escolhe dar o Seu Filho, simplesmente porque ama, e ama porque ama, e ponto final. E mais: Ele ainda pede que esta mesma atitude seja repetida em nós, em nossos relacionamentos. Ele pede que você dê ao que te pede, e não te desvies de quem te pede emprestado. Ele pede que você perdoe aqueles que te ofenderam, assim como você foi perdoado por Ele. E isso só é possível quando se considera tudo o que é seu como sendo dos outros.


O benefício de viver assim é simples: A sua irritabilidade diminuirá até desaparecer. Se considero a minha paciência como sendo do homem mais chato da empresa, não serei irritado por ele. Se considero o meu tempo como sendo da minha família, não ficarei chateado se as minhas programações forem frustradas. Ao crescer nesta consciência, estaremos crescendo em graça. Tudo é de todos. Nada é meu.


Quando vivo numa comunidade que tem esta consciência, terei sempre tudo sem ser dono de nada. O que eu tenho é só o que os outros me dão e o que os outros têm é só o que lhes dou. O sentimento de possessão é destruído à medida que a minha consciência cresce nesta direção. Passe pelas parábolas e por Atos dos Apóstolos. Você não verá nada além de pessoas se fazendo dependentes de outras sendo exaltadas e pessoas que se fazem independentes sendo condenadas.


Vinícius Santos Albuquerque

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Esperança da Glória

“E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado”

1 João 3:5

Acredito que a maior evidência de salvação é o desejo natural por santidade baseado num anseio por comunhão com Deus. Preste atenção: Santidade para COMUNHÃO, e não para nenhuma outra coisa. Vivemos em tristeza profunda por nosso pecado. Nós, simplesmente, não conseguimos fazer nada direito! Mas ainda há esperança...


Cristo se manifestou para tirar nossos pecados. A Estrela da Manhã, a luz que não fica debaixo do alqueire, se manifestou para tirar nossos pecados. Para tirar os nossos pecados. Essa fé me motiva a prosseguir nessa estrada. Nossa esperança tem fundamento. E ela só tem fundamento por um motivo: Cristo em nós é a esperança da glória. A prova de que um dia a glória será revelada em nós está no fato “Cristo habita em mim”.


O que pacifica a minha alma, sossega o meu espírito, o que me livra do desespero do “talvez eu não alcance” é a afirmação “Cristo habita em mim”. Ele é a garantia. Estou plenamente convicto disso. Se Deus se afastasse de mim a cada vez que peco, eu estaria condenado. Se é o Espírito que me convence do pecado, possibilitando assim o arrependimento, como me arrependerei sem Ele? É Ele que me atrai com seus laços de amor, que vivifica o meu espírito segundo a bondade do Seu infinito amor, que renova as suas misericórdias sobre mim a cada manhã.


Eu creio, sim, na perseverança dos santos. Eu creio que Deus é a garantia de que eu viverei com Deus para sempre, refletindo a Sua glória. Eu creio. E é essa fé que me leva ao “quarto dos tesouros” de Deus, onde encontro sabedoria, mansidão, domínio próprio, alegria, amor, gratidão, pureza, sensibilidade e tudo mais que uma alma convertida pode desejar.


Vinícius Santos Albuquerque

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Pagando as Dívidas

“A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”

Romanos 13:8


Muitas são as dívidas que adquirimos ao longo das nossas vidas, mas o apóstolo afirma que a única dívida impagável para nós deve ser o amor. O amor é aquilo que nunca é demais, que sempre está em falta, que nunca alcançaremos. É uma dívida maior do que podemos pagar. Esta dívida é impagável porque o amor com o qual Cristo nos amou não tem preço. É imensurável na sua quantificação.


Enquanto tentamos pagar o mal com o mal, o que encontramos é outra dívida. Alguém me faz mal. Eu pago com mal. Ele acha que eu paguei mais do que devia, então me devolve o mal. E este ciclo se torna infinito, até que alguém pague realmente a dívida. O mal só gera dívidas, nunca paga. Isto acontece por uma questão de consideração. Quando considero que me devem, ajo como um cobrador de impostos. Quando considero que devo, tento pagar.


Se me sinto sempre em dívida de amor com os outros, automaticamente terei todas as minhas dívidas pagas. Se me sinto sempre com crédito (outros me devem), estarei sempre em dívidas. Este é o paradoxo do reino de Deus aqui na terra. Pagamos quando cremos que é impagável, vivemos quando morremos, mudamos quando deixamos de tentar nos mudar por nós mesmos e deixamos que Deus nos mude. E só é paradoxo por causa do pensamento aprisionado ao mundanismo que temos. Devemos renovar a nossa mente até que possamos enxergar isso como o natural e não como aparente contradição (paradoxo).

Hoje é dia de quitar as suas dívidas. Para isso, basta se enxergar como devedor.


Vinícius Santos Albuquerque

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Buscando o Reino de Deus

“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.”

Mateus 6.33


Já ouvi diversas pregações sobre este texto e a ênfase é sempre a mesma. Alguns interpretam “Reino de Deus” como a agenda de sua igreja local. Alguém que freqüenta todos os cultos, participa de todos os eventos e comparece a todas as reuniões é alguém que está buscando o Reino de Deus. Outros, mais conservadores, pregam dizendo que se deve buscar o Reino de Deus através das disciplinas espirituais e não apenas fazer isso. É buscar o Reino em primeiro lugar e buscar trabalhar em segundo, senão Deus não te supre com roupas e alimento (promessa do capítulo em questão).


Eu, pessoalmente, não concordo com nenhuma das duas aplicações. A primeira falha ao definir como Reino de Deus a comunidade local, a denominação. Isso não é uma verdade bíblica, porque o Reino de Deus não tem uma geografia definida. “Nem dirão (a respeito do Reino): Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17.21). A segunda aplicação falha, na minha opinião, ao definir haver um primeiro e um segundo lugar. E é aqui que está a ênfase desse texto.


Jesus, ao proferir estas palavras, não colocou nada em segundo lugar. É o primeiro lugar e ponto. Não existe outro lugar. Buscar o Reino em primeiro lugar é para todas as áreas. Devemos buscar o Reino em primeiro lugar nas finanças, nos relacionamentos, na vida! Em tudo o que fazemos, o Reino está em primeiro lugar. Se trabalho, o Reino é o primeiro lugar no meu trabalho. Se estudo, o Reino está em primeiro lugar neste estudo. O que Jesus está dizendo neste versículo é: Viva para a glória de Deus.


Se você tem muito ou pouco, está triste ou alegre, tem trabalho ou não, é casado ou não, está comendo ou bebendo, não importa, o Reino deve ser o primeiro em tudo o que você faz. O Reino está dentro de nós. É paz, justiça e alegria no Espírito. Quando estas 3 coisas estão em nosso coração em tudo o que fazemos, estamos buscando o Reino em primeiro lugar.


E quanto à sustento, olhe para trás e pense: Quantas vezes você achou que não ia dar? Quantas vezes você passou sufoco? Quantas vezes você achou que ia ficar sem casa? Mas você chegou até aqui comendo, vestindo e morando para a glória de Deus. Talvez não aconteceu do jeito que você esperava ou desejava, mas aconteceu. Busque o Reino também através desta gratidão, pois a vida na graça não se baseia no que Deus pode fazer, mas no que Ele já fez. Não é pelo que Ele pode me dar que O sirvo, mas pelo que Ele já me deu naquela cruz.


Vinícius Santos Albuquerque

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Arrancando o Mal pela Raiz

“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.”

I Timóteo 6.9-11


Para quem não sabe, moro no Espírito Santo. Passamos por muitas chuvas esses dias. Alagamentos, enxurradas, mortes. A água estava na altura do joelho na minha rua. E é interessante assistir a mudança impressionante no comportamento de todos os que habitam os lugares que passam por momentos difíceis. Um senso de solidariedade mútua se instala. Na minha rua, quando eu passava, as pessoas perguntavam se eu queria ajuda, se a minha casa tinha sido alagada. Isso me trouxe lembranças antigas da favela “Cidade de Deus”, onde morei na minha infância.


A maioria dos moradores das favelas não tem grandes ambições. Vivem com o pouco, sempre dizendo: “O pouco com Deus é muito, e o muito sem Deus é nada”. Dormem o sono dos justos, com a consciência tranqüila, sem peso nenhum. Prezam pela justiça, pela ética, por viver em paz. O resultado é um pedreiro feliz, uma dona de casa apaixonada por seu esposo, filhos que se sentem amados por seus pais. Dê uma garrafa PET vazia a uma criança de favela e ela logo se transformará em espada, em trave de golzinho de pelada de rua, em bastão de baseball que rebate as pedras lançadas pelo coleguinha.


Enquanto isso, os apartamentos na beira da praia estão vazios. Os donos estão trabalhando na empresa. Quando os apartamentos estão ocupados, os donos estão trabalhando ali, através da internet, do celular. O stress aumenta, o período de sono diminui, a preocupação e a ansiedade estão sempre presentes. Os prédios têm sauna, piscina, quadra de tênis, futsal e etc. Apesar disso, estão sempre vazias. Os donos não têm tempo.


Isso acontece porque os que querem ser ricos caem em tentação. Caem em um laço, onde são amarrados e não conseguem mais se soltar. Caem em muitos desejos incontroláveis loucos e nocivos, como o apetite excessivo, os muitos celulares, cada um com uma tecnologia diferente, e milhares de bugigangas que serão esquecidas no próximo mês, quando será lançado um modelo novo. Estes desejos afundam o homem na perdição e na ruína de valorizar mais as coisas do que as pessoas. Como disse alguém: “Se as coisas são para serem usadas e as pessoas para serem amadas, por que amamos as coisas e usamos as pessoas?”


O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males. Por dinheiro se mente, se rouba, se mata. Por amor ao dinheiro se inveja, se cobiça. Por possuir o dinheiro, se ensoberbece, se entristece na vida solitária de quem tem medo de perder tudo em uma amizade falsa. E nessa cobiça alguns se desviam da fé, transpassando-se com muitas dores. E nós, que nos consideramos homens de Deus, devemos fugir dessas coisas.


Devemos seguir a justiça, que consegue viver na ética, sem agir de má fé para ganhar algum benefício nisso. Devemos seguir a piedade, que busca em Deus um padrão amoroso que a faz se apiedar de todo o que passa por seu caminho. Não se pisa em ninguém, nem por orgulho, nem por ambição. Devemos seguir a fé, sem nos desviarmos para buscarmos outras coisas. Devemos seguir ao amor, que não busca o seu próprio benefício. Devemos seguir a paciência, que a maioria dos empresários não tem com nenhum de seus funcionários. Nestes empresários sobram cobranças ásperas e grossas. Devemos seguir a mansidão; mansidão essa que não habita o coração de nenhum riquinho empavonado, que exige os seus direitos simplesmente por ter “pagado” por aquilo.


Vinícius Santos Albuquerque

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Uma Exposição Sobre a Justiça no Evangelho

“Porque não me envergonho do Evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Pois nele se revela a justiça de Deus de fé para fé, como está escrito: ‘Mas o justo terá vida e viverá por fé’.”

Romanos 1.16-17 (Versão Restauração)


Não sei se você já percebeu, mas o cristianismo do Brasil está em reforma. Não há um estado brasileiro em que não se fale de retorno às Escrituras, das doutrinas bíblicas da graça, de homens como Spurgeon, Edwards, dos puritanos em geral. Acredito que isto é resposta de tantos anos de oração por avivamento. As bases estão sendo construídas. Há, porém, um erro muito comum em que caímos quando se fala da graça de Deus.


Tenho ouvido alguns pregadores falarem da graça de Deus sem criar a base dela, que é a justiça de Deus. A justiça de Deus é a base da graça. Por isso, para falar da salvação, para falar da graça, para pregar o evangelho em meio aos romanos (Romanos 1.15), Paulo começa falando da justiça de Deus. O Evangelho é o poder de Deus para salvar todo o que crê. Este “todo” significa “toda raça”, demonstrando que ninguém é salvo por ser judeu, grego, etíope ou brasileiro. A seguir, Paulo diz que a razão de o Evangelho ser o poder para salvar é a seguinte: O Evangelho revela a justiça de Deus. Esta revelação tem a sua origem na fé e precisa encontrar fé no coração de quem a recebe para se estabelecer como poder salvador.


Acredito que não entendemos a profundidade destes versos. Paulo está dizendo que o Evangelho só é poder para salvação quando revela a justiça de Deus. Se a justiça de Deus não é revelada no evangelho que você prega, não é o Evangelho que você está pregando. Simples assim. Se o seu evangelho não revela a justiça de Deus, não há poder salvífico nele! Na versão Restauração da Bíblia, encontrei um comentário interessante:


“Em João 3.16, o amor de Deus é a origem e o motivo da salvação de Deus. Em Efésios 2.8, a graça de Deus é o meio da salvação de Deus. Aqui, a justiça de Deus é o poder da salvação de Deus. A justiça de Deus, que é sólida e firme, é o fundamento do Seu trono (Salmos 89.14) e é a base na qual está edificado o Seu reino (Romanos 14.17). Legalmente, tanto o amor como a graça podem oscilar, mas a justiça não; muito menos a justiça de Deus. É a justiça de Deus, não a nossa, que é revelada no Evangelho de Deus. Portanto, o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo o que crê”

Witness Lee, Novo Testamento Versão Restauração, 2008, Primeira Edição


O amor e a graça oscilam se não forem construídos sobre a rocha da justiça de Deus. Tornam-se libertinagem. Mas quando o amor e a graça são construídos sobre a justiça de Deus, a casa, de onde os “sete espíritos” foram expulsos, fica firme, podendo passar por tempestades e angústias sem desmoronar.


Vinícius Santos Albuquerque