quarta-feira, 31 de março de 2010

Servindo a Deus - A Visão de John Piper [1]


Esta série foi montada através de mensagens de Jonh Piper em vários lugares. Não foi reunida por ele, portanto não é uma publicação oficial, porém é uma transcrição de suas mensagens, sem alteração.


Um homem nasce de novo. Paz infinita invade a sua alma. Um repentino prazer nas coisas de Deus o domina. Estranhamente ele já não sente mais tanto prazer em ficar horas na frente da TV assistindo filmes, seriados, quanto ficar em seu quarto a sós com a sua Bíblia. Noitadas, bebidas, sexo não chega nem perto da satisfação que o envolve no seu relacionamento com Deus.

Dizemos que, a partir deste ponto, “ele começou a servir a Deus”. Mas o que ocorre? A igreja reconhece um chamado nesse homem. Então fazem um teste. “Que benção! Deus o usa!”. Como um produto, esse “homem de Deus” começa a ser usado na obra. Este homem nem percebe que já não ora mais como antes. O que aconteceu? A verdade é que ele servia a Deus quando não fazia nada na igreja e, depois que começou a servir aos homens, parou de servir a Deus. Esse é o grande paradoxo cristão: Muitas vezes paramos de servir quando começamos a servir. E eu te mostro isso na Palavra:

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”
Mateus 6.24


Jesus está dizendo que não devemos servir ao dinheiro. Mas eu te pergunto: Como servimos ao dinheiro (Mamom)? Nós ajudamos ao dinheiro? Nós tentamos “melhorar” o dinheiro? Servimos ao dinheiro quando levamos a nossa vida de tal maneira que possamos sempre receber benefícios dele. Quando trabalhamos mais do que tudo, quando dinheiro se torna o nosso alvo principal, estamos servindo ao dinheiro. Nessa passagem Jesus colocou em contraste uma servidão com a outra, logo as duas servidões são iguais, porém feitas a senhores diferentes. Servimos a Deus quando levamos a nossa vida de tal maneira que possamos sempre receber os benefícios da Sua presença, sendo definido como “benefício” todo desejo de um coração regenerado. Agora isso soa muito egoísta. Você mesmo está tendo problemas para aceitar esse padrão, então eu irei desenhar essa tese pela explanação bíblica:

“O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas”
Atos 17.25


Nosso Deus é Todo-Poderoso. A definição desse termo no hebraico (El-Shadday) tem significado de auto-suficiência, onipotência. O versículo está dizendo: Deus não precisa ser servido. Como isso iria conflitar com tudo o que já tinha sido escrito sobre servir a Deus, o Espírito então define para nós que tipo de “servir” é esse que não podemos fazer: Deus não pode ser servido por nós, se esse servir significar conceder o que Ele necessita. Isso é impossível para um Deus Auto-suficiente. Como servimos a Deus então? Como servimos ao El-Shadday?

“Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito”
Genesis 17.1


Como Deus disse para Abraão servi-lO? Buscando a perfeição numa fonte chamada “andar com Deus”. Essa idéia é expressa com firmeza no salmo a seguir:

“Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude. Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos. E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.”
Salmos 50.12, 14-15

Deus está dizendo durante o início do salmo “Eu não dependo de vocês para nada. Vocês acham que eu como o que vocês comem?” É um salmo que demonstra a soberania de Deus. Mas quando Deus expõe a sua soberania, então fica uma dúvida: O que eu devo fazer então? O Espírito responde: “Oferece a Deus sacrifício de louvor e paga ao Altíssimo os teus votos. E INVOCA-ME no dia da angústia, eu te livrarei e tu me glorificarás”. Então servirmos a Deus louvando, pagando votos e invocando a Ele no dia da angústia. Pagar votos é cumprir a promessa que fazemos ao receber Jesus, entregando a nossa vida a Ele, prometendo assim obedecer aos Seus desígnios. Mas o que é “angústia” para um coração regenerado pelo Espírito?

“Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado”
Salmos 51.2

Esse salmo foi escrito num período de angústia de Davi. Davi não queria comer depois que o profeta Natã revelou a ele o seu pecado. Isso é angústia. Davi invocou a Deus e Deus o livrou. Perceba que o desejo de Davi era ser perdoado. Essa é a angústia de um coração regenerado por Deus. Essa é a angústia de um homem segundo o coração de Deus. O pecado separa o homem de Deus. O desejo principal de um coração transformado por Deus é estar em comunhão plena com o seu criador. Portanto, novamente voltamos à definição inicial: Servimos a Deus quando levamos a nossa vida de tal maneira que possamos sempre receber os benefícios da Sua presença, sendo definido como “benefício” todo desejo de um coração regenerado. Veja outro exemplo:

“se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo”
I Pedro 4.11

Pedro, inspirado pelo Espírito, está dizendo: Se alguém quer servir administrando, sirva SEGUNDO O PODER QUE DEUS DÁ, para a glória de Deus. Se servirmos segundo o poder que Ele nos dá, logo Ele poderia ter feito isso soberanamente, mas decidiu fazer através de nós para que Ele fosse glorificado em nosso serviço. Servir a Deus é trazer glória a Ele. Essa glória é manifesta quando Ele nos concede suprimentos para que possamos atender às exigências bíblicas impossíveis a um homem comum, não-regenerado. Outro texto que mostra bem essa relação entre Deus e o homem foi dita por Jesus:

“Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou. Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.”
João 6.26-29

Visualize a cena: Jesus multiplica os pães. O povo come e vai atrás dEle querendo mais. Jesus fala na cara deles: “Vocês só querem mais pão; Não andem quilômetros pelo pão, como vocês fizeram ao vir atrás de mim. Corram para alcançar a comida que não perece e permanece para a vida eterna. Essa comida eu vou dar para vocês”. Os homens então perguntam: “Como a gente trabalha por essa comida então?”. A resposta foi: “Crendo em mim”.

Perceberam o que aconteceu aqui? Um povo faminto diante de Jesus pergunta como trabalhar por esse pão que não perece. Jesus disse que o trabalho deles era apenas crer nEle. Servir a Deus, trabalhar para Deus, é crer em Jesus.

terça-feira, 23 de março de 2010

Uma Rápida Palavra aos Críticos


"tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel."
Js 1.2

Um ponto muito importante aqui é que Deus disse "TU e todo este povo". A mesma ordem que Deus deu para o povo, Josué também teria de obedecer. O exemplo é a melhor forma de ensino. Se você quer que os seus liderados leiam 10 capítulos da Bíblia por dia, você tem que ler 20. Se você quer que eles orem uma hora, você deve orar duas. Se você quer que eles se afastem das amizades do mundo, você tem que se afastar também. Se você quer que eles não escutem música secular, você também não deve escutar. Se você quer que eles tenham Deus em primeiro lugar nas suas vidas, você deve mostrar isso na sua. Se você é líder, é obrigado a dar o exemplo. Jesus disse: "Por eles eu me santifico". Por nós, Jesus viveu dessa forma aqui na terra. Pelos seus liderados e pela obra de Deus você deve viver acima da média. Se você, na posição de líder, for um cristão como todo o resto da igreja, não está bom. Está péssimo. É melhor você largar a liderança e voltar a viver como ovelha apenas, afinal, nível de ovelha é para ovelhas. O sangue de todos os seus liderados será cobrado de você no dia do juízo. Você entende isso? Ou leva a sua vida espiritual acima da média ou NÃO PRESTA para ser líder. "Sede meus imitadores, como também eu de Cristo" [I Co 11.1].

Agora me dirijo aos que sentam nos bancos das igrejas, engordando tanto que já não tem força para trabalhar na obra. Entenda a seriedade disso. Você não pode cobrar uma igreja que ora se você, como parte dessa igreja, não ora. Você não pode cobrar uma igreja que medita na palavra se pega nela no máximo duas vezes por semana. Vejo pessoas que criticam seus líderes e, como o filho de Noé, expõem a sua vergonha ao invés de cobri-la (Genesis 9.20-29). Se essas pessoas passassem mais tempo orando que criticando, certamente a situação estaria diferente. Mas agora entra o ponto chave de toda questão:

O que fazer se já alcancei o nível que a igreja deveria ter?

Minha resposta à essa pergunta é a seguinte: Se você acha que já alcançou, tenho que dizer que você é maior do que Paulo:

"Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado [a ressurreição dos mortos]; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus"
Fp 3.13-14

Nesse verso, Paulo está falando sobre a ressurreição dos mortos. Esse é o primeiro passo da salvação. Preciso dizer mais alguma coisa?

Vinícius Albuquerque

segunda-feira, 22 de março de 2010

Deus seria Injusto e sem Amor me Fazendo Rico



“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.”
Mateus 19.21-22


“Se você quer ser perfeito, vende tudo o que você tem e dá aos pobres”. Jesus está mostrando a um rico que o caminho para ele seria a venda de tudo. Aqui eu quero apenas criar um conceito na sua mente.

O primeiro conceito te preparará para o resto de toda a mensagem. Este é o conceito:

“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me”
Marcos 8.34

Jesus não disse “Se os ricos quiserem vir”. Ele disse para TODOS se negarem. No texto do jovem rico, os próprios discípulos disseram que tinham deixado tudo por Ele.

O segundo conceito é a definição de rico:

“Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico [πλούσιος] no reino dos céus”
Mateus 19.23


A palavra pra rico (πλούσιος - plousios) é definida como “abundante em recursos materiais, abundantemente suprido”. Rico, segundo essa definição, não é quem RECEBE muito, mas quem TEM muito. Quem possui muitas propriedades terá dificuldade em entrar no reino dos céus. Trazendo para o nosso contexto: Rico, na definição bíblica, não é quem tem um salário alto, mas quem tem muitas posses. Se pensarmos profundamente então, o que torna difícil a minha entrada no céu não é o tamanho do salário que recebo, mas o que faço com ele. Se uso esse salário para adquirir muitas posses, meu coração está mostrando que será difícil a sua conversão. O que os primeiros cristãos faziam com o seu salário (repartir tudo entre si) demonstrava que eles tinham sido salvos. O desprendimento material é uma grande característica dos que foram alcançados pela graça através de uma fé salvífica. O apego material é tão condenado pelos primeiros cristãos e por Deus que Ananias e Safira morreram por causa dele (Atos 5.1-11).


1 – Muito dinheiro para mim, menos para os outros


Nós vivemos numa sociedade capitalista. O nosso dinheiro é baseado numa reserva, onde há uma quantidade de notas que podem ser emitidas. Se forem emitidas mais notas do que o valor que há na reserva, temos uma inflação, pois as notas perdem seu valor. Pensar a níveis mundiais torna-se difícil, pois a nossa mente é limitada e eu levaria muito tempo para explicar. Então resumirei em um exemplo bem menor:

Suponhamos que o mundo se resuma numa sala com 50 pessoas e todo o dinheiro do mundo são 100 mil reais. Como seria justo repartir esse dinheiro? Seria justo repartir igualmente, 2.000 R$ para cada um. Se eu estou nesse grupo de 50 pessoas e quero ganhar mais, automaticamente outros ganhariam menos. Se eu quisesse ganhar três mil reais, o salário das 49 pessoas teria que diminuir para 1.980 R$. Para que eu possa ganhar mais, outros devem ganhar menos. Pergunte para os outros 49 se eles achariam isso justo. Se você fosse um dos 49, diria que seria injusto.

É exatamente por isso que Jesus cria em sua igreja um modelo econômico perfeito: Use o seu dinheiro para demonstrar que Cristo é mais valioso que ele, repartindo com os necessitados. Olhando sob esse prisma, creio que a justiça de Deus na distribuição de dinheiro se vê no sentido de Ele conceder maior possibilidade aos que repartirão o dinheiro, sendo este que repartirá ímpio ou não.
“Deus está mais preocupado em colocar recurso sob os meus cuidados para que eu possa de alguma maneira aliviar a dor dos aflitos do que colocar dinheiro em minhas mãos para que eu possa comprar coisas caras e tolas.”
Juliano Son

2 – Muitas riquezas para mim, menos proteção no meu coração

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”
Mateus 6.19-21

As riquezas podem endurecer o coração do homem até que o seu coração não consiga enxergar a luz da glória da transformação (2 Co 3.18). Deus pode também nos proteger dessa desgraça. Ele, por amor, protege você do dinheiro, por saber que o seu coração não saberia aplicar os seus bens de forma que Cristo fosse glorificado neles. Deus é revelado como infinitamente misericordioso quando nos priva de coisas que podem nos levar ao inferno.

Assim como um pai ordena ao seu filho que coma verduras, que não enfie o dedo na tomada e não coma porcarias, Deus nos protege através da forma como nos abençoa.


Vinícius Albuquerque

quarta-feira, 17 de março de 2010

Deus é o Fazendeiro

Encontrei uma nova ferramenta no twitter que grava o audio e cria um link para ele. Gravei uma curta mensagem para experimentar a ferramenta. Espero que gostem. Para ouvir a mensagem, clique aqui. Você será redirecionado ao site onde o audio está armazenado.

Abraços

Fiquem na Paz,


Vinícius Albuquerque

sexta-feira, 12 de março de 2010

Vira homem! - Paul Washer

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino"
(I Co 13.11)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Eu já amei demais...


"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia"
(Mt 23.27)

Certa vez eu conversava com uma mulher casada, e ela reclamava do seu esposo. Eu disse a ela: "Você precisa de mais amor. Você casou com ele, não foi contra a sua vontade". Ela respondeu: "Eu já amei demais". Essa frase latejou na minha cabeça. "Eu já amei demais". Por um momento eu me perguntei se existia uma medida de amor que era extravagante demais para o ser humano. Teria essa moça chegado a um patamar tão alto de amor que seria insuportável? É óbvio que não, pois o amor, além de cobrir os nossos pecados, nos faz cobrir multidão de pecados que são cometidos contra nós (I Pe 4.8). Percebi então que o nosso problema é que amamos o que não é para ser amado.

Eu não sei o que aquela mulher viu nesse rapaz no início do namoro, mas ela amou a essa imagem que ela tinha, e quando casou, essa imagem se esvaiu pelo ralo do tempo. Qual é a verdade mais lógica: "Ela o conhecia bem e ele mudou" ou "Ela não o conhecia e passou a conhecer depois do casamento"? Nenhum ser consegue sustentar uma máscara durante muito tempo. No momento do namoro, se as pessoas desejam se casar, farão de tudo para vender o seu "produto".

Eu trabalho com design e já vi isso diversas vezes. O produto pode ser o mesmo a anos, mas quando mudam a embalagem para um visual mais moderno as vendas aumentam consideravelmente. Logo, o ponto em questão é este: Eu tenho uma embalagem boa ou tenho um produto bom?

A igreja moderna (entenda igreja como denominação, não o corpo de Cristo) se tornou especialista na arte dos fariseus de serem sepulcros caiados. Embalagens perfeitas, templos maravilhosos, sorrisos, abraços, conforto. Quando nos enraizamos nela e rasgamos a embalagem para desfrutarmos do produto, encontramos então uma desagradável surpresa. Preste atenção: A embalagem não serve para nada. PARA NADA. Ela só atrai pelo visual, mas não nutre como o consumidor deseja. A embalagem serve apenas para sustentar uma mentira, demonstrar uma qualidade que não existe, ou que existe, mas não interfere em nada na qualidade ou composição do produto.

Foi nesse ponto, então, que percebi que realmente eu já amei demais. Amei demais idéias que criei e que colocaram em minha cabeça sobre como deve ser uma igreja, como deve ser Deus, como deve ser o céu, como Deus deve nos tratar. Idéias como "Deus o ama demais para o castigar", sendo que o seu amor é justamente a razão que Ele tem para me punir quando erro (Hb 12.6). Decidi então criar em volta de mim e da comunidade em que congrego uma embalagem bíblica, que mostre quem realmente somos. No fim das contas, a embalagem perfeita para um cristão é a transparente. Nada mais do que sou, nada menos do que sou. Apenas eu. Logo que essa embalagem resplandeceu em minha mente e coração, eu a amei.

Deus não nos fornece fantasias para cobrir os nossos erros, mas fornece lodo puro, sem embalagem, para que voltemos a enxergar quando nos lavarmos em Siloé (Jo 9.11). Não nos oferece muletas para nos acostumarmos a mancar, mas desloca a nossa junta se isso for imprimir em nós a marca de um encontro com o Deus verdadeiro. Precisamos, sim, continuar sendo túmulos. Precisamos continuar enterrando toda luxúria, avareza, inconstância, amargura. Mas que seja enterrado para ser adubo à terra do nosso coração. Que cada morte em nós seja motivo para tornar fértil o nosso coração, afim de produzir frutos espirituais; e não um lugar onde montaremos um templo com um epitáfio que diga "Aqui eu enterrei a pornografia, mas desenterrei o orgulho". Que não sejam levantados sepulcros suntuosos para mostrar o que eu tenho enterrado, mas que o lugar do enterro seja sinalizado por uma simples cruz.

Hoje amo não a denominação, mas a Igreja (corpo de Cristo). Idolatro não o pastor, mas a mensagem. Amo não a cultura, mas a verdade. Nos últimos tempos amei demais, pensei de menos. Devemos pensar sobre tudo, deixar de lado a preguiça e procurar na Bíblia a verdade sobre o que é ensinado. Se hoje fosse o meu ultimo dia, tristemente eu diria aos bodes brasileiros: Cansei de ser enganado. Seguirei a Verdade que há na Palavra e nada mais. Te convido a fazer o mesmo.


Vinícius Santos Albuquerque

Como será no Paraíso

Paul Washer fala sobre como será no paraíso. Uma visão no mínimo interessante, e digna de ser analisada de acordo com as escrituras...




Vídeo postado no youtube pela usuária LaizaFlorr.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Uma Analogia - John Piper


Por que eu quero ser perdoado?


"Considere uma ilustração a respeito do que estou procurando dizer: Suponha que eu me levante pela manhã e, enquanto caminho em direção ao banheiro, tropeço na cesta de roupas sujas que minha esposa havia deixado alí para levar à máquina de lavar no dia seguinte. Eu reajo de um modo completamente desproporcional à situação e lhe digo algo bastante grosseiro, quando ela ainda está acordando. Ela se levanta, pega a cesta de roupa e desce a escada adiante de mim. Posso dizer pelo silêncio e por minha própria consciência que nosso relacionamento entrou em séria dificuldade.(...)

Quando entro na cozinha, há um clima de frieza, e minha esposa está de costas para mim, trabalhando no balcão da cozinha. O que precisa acontecer alí? A resposta é evidente: Preciso desculpar-me e pedir perdão. Isto seria o correto a fazer. Mas, eis a analogia: Por que eu quero o perdão de minha esposa? Para que ela faça o meu café da manhã favorito? Para que meus sentimentos de culpa desapareçam e eu consiga me concentrar no meu trabalho hoje? Para que tenhamos uma boa relação sexual nesta noite? Para que nossos filhos não nos vejam em desarmonia? Para que ela finalmente admita que a cesta de roupa suja estava no lugar errado?

Talvez cada um desses desejos seja verdadeiro. Mas são todos motivos fracos para eu obter o perdão de minha esposa. O que está faltando é isto: Eu quero ser perdoado para que tenha de volta a agradável comunhão com a minha esposa. Ela é a razão por que eu desejo ser perdoado. Quero o relacionamento restaurado. O perdão é apenas um meio de remover obstáculos, de modo que possamos olhar novamente um para o outro, com alegria.

Todos os eventos salvíficos e todas as bençãos do evangelho são meios de remover os obstáculos para que conheçamos a Deus e desfrutemos mais plenamente dEle. Propiciação, redenção, perdão, imputação, santificação, libertação, cura, céu -- nenhuma destas coisas é boa-nova exceto por uma única razão: elas nos trazem a Deus, para nosso eterno desfrute dEle."

Jonh Piper - Deus é o Evangelho (Editora Fiel - 2006)

quarta-feira, 3 de março de 2010

A Vida Secular


“Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”

[ I Co 10.31 ]

Há bastante tempo se fala em tricotomia. Valnice Milhomens diz que “O homem é espírito, tem uma alma e habita num corpo”. Há muitos debates teológicos a esse respeito, mas não é isso que quero abordar aqui. Crendo ou não que o homem é dividido em três partes (corpo, alma e espírito), esse ensino trouxe algo junto com ele que não é sadio para o corpo de Cristo. Com isso não quero dizer também que não concordo com essa afirmação, mas apenas que essa afirmação trouxe a alguns outro nível de entendimento que não é sadio.

Hoje se fala em soluções para problemas do corpo, soluções para a alma e soluções para o espírito. Eles dizem: “Problemas físicos (corpo) exigem soluções estritamente físicas ou medicinais. Problemas essencialmente mentais e emocionais exigem tratamento estritamente psicológico. Problemas espirituais se tratam com a Bíblia, com oração, jejum e etc”. Eu discordo completamente dessa afirmação e vou mostrar por que razão...

Primeiramente gostaria de dizer que não sou do tipo que espiritualiza todas as coisas. Isso é um erro. Considero-me até racional demais. Mas todo excesso deve ser combatido, e essa é a razão de existir deste texto.

Através do mesmo modo de pensar se separam a chamada vida secular e vida espiritual. As pessoas dizem: “No momento em que eu estou na igreja, estou cuidando apenas do meu espírito. Quando faço exercício ou me alimento bem estou cuidando apenas do meu corpo. Quando ouço uma música agradável ou leio um livro estou cuidando apenas da minha alma”.

Se você que está lendo tem esse modo de pensar, entenda: Não há separação entre a sua vida espiritual e a sua vida secular. Isso mesmo. Essa separação não existe, foi criada pelo homem apenas para ajudá-lo na definição, quando se fala dessas coisas. Se tenho um problema espiritual, esse problema me afetará emocionalmente e pode até afetar o meu corpo também. Por exemplo: Se há um espírito maligno tentando gerar desânimo em mim, criando situações e sussurrando coisas aos meus ouvidos, esse desânimo me atingirá emocionalmente, apesar de ser um problema espiritual. Depressão é uma doença emocional que pode danificar o meu corpo através das conseqüências, como não se alimentar direito ou não sair da cama para nada. Todo problema terá reflexos em outras áreas do homem. Sabendo disso, o Espírito Santo leva Paulo a organizar as palavras dessa forma: “...quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”.

Paulo acabou de “espiritualizar” a sua alimentação. Permita-me expor o contexto desse texto: Alguns irmãos estavam preocupados sobre comer comida oferecida a ídolos. Paulo diz que não há problema, se a sua consciência não o condenar. Mas se alguém se preocupar com isso perto de você, então você não deve comer por causa da consciência dessa pessoa. Então ele diz “quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”.

Comer e beber são coisas seculares. Não há nada de espiritual nisso (comer), mas Paulo diz para fazer isso de forma que Deus seja glorificado (ação espiritual). Ao ser chamado por Cristo e responder a esse chamado, você recebeu um novo alvo: Glorificar a Deus através das mínimas coisas que você fizer. Não há mais separação. Tudo o que você fizer deve ser santificado a Deus.

Sendo explícito: Sua forma de comer deve glorificar a Deus. Sua forma de se sentar deve glorificar a Deus. Sua forma de se relacionar deve glorificar a Deus. Sua forma de trabalhar deve glorificar a Deus. Sua forma de desfrutar do seu momento de lazer deve glorificar a Deus. Tudo em você deve conspirar nesse propósito: Glorificar a Deus.


Para compreender como fazemos isso, assista esse vídeo, traduzido pelo http://voltemosaoevangelho.blogspot.com/




Vinícius Santos Albuquerque