segunda-feira, 22 de março de 2010

Deus seria Injusto e sem Amor me Fazendo Rico



“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.”
Mateus 19.21-22


“Se você quer ser perfeito, vende tudo o que você tem e dá aos pobres”. Jesus está mostrando a um rico que o caminho para ele seria a venda de tudo. Aqui eu quero apenas criar um conceito na sua mente.

O primeiro conceito te preparará para o resto de toda a mensagem. Este é o conceito:

“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me”
Marcos 8.34

Jesus não disse “Se os ricos quiserem vir”. Ele disse para TODOS se negarem. No texto do jovem rico, os próprios discípulos disseram que tinham deixado tudo por Ele.

O segundo conceito é a definição de rico:

“Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico [πλούσιος] no reino dos céus”
Mateus 19.23


A palavra pra rico (πλούσιος - plousios) é definida como “abundante em recursos materiais, abundantemente suprido”. Rico, segundo essa definição, não é quem RECEBE muito, mas quem TEM muito. Quem possui muitas propriedades terá dificuldade em entrar no reino dos céus. Trazendo para o nosso contexto: Rico, na definição bíblica, não é quem tem um salário alto, mas quem tem muitas posses. Se pensarmos profundamente então, o que torna difícil a minha entrada no céu não é o tamanho do salário que recebo, mas o que faço com ele. Se uso esse salário para adquirir muitas posses, meu coração está mostrando que será difícil a sua conversão. O que os primeiros cristãos faziam com o seu salário (repartir tudo entre si) demonstrava que eles tinham sido salvos. O desprendimento material é uma grande característica dos que foram alcançados pela graça através de uma fé salvífica. O apego material é tão condenado pelos primeiros cristãos e por Deus que Ananias e Safira morreram por causa dele (Atos 5.1-11).


1 – Muito dinheiro para mim, menos para os outros


Nós vivemos numa sociedade capitalista. O nosso dinheiro é baseado numa reserva, onde há uma quantidade de notas que podem ser emitidas. Se forem emitidas mais notas do que o valor que há na reserva, temos uma inflação, pois as notas perdem seu valor. Pensar a níveis mundiais torna-se difícil, pois a nossa mente é limitada e eu levaria muito tempo para explicar. Então resumirei em um exemplo bem menor:

Suponhamos que o mundo se resuma numa sala com 50 pessoas e todo o dinheiro do mundo são 100 mil reais. Como seria justo repartir esse dinheiro? Seria justo repartir igualmente, 2.000 R$ para cada um. Se eu estou nesse grupo de 50 pessoas e quero ganhar mais, automaticamente outros ganhariam menos. Se eu quisesse ganhar três mil reais, o salário das 49 pessoas teria que diminuir para 1.980 R$. Para que eu possa ganhar mais, outros devem ganhar menos. Pergunte para os outros 49 se eles achariam isso justo. Se você fosse um dos 49, diria que seria injusto.

É exatamente por isso que Jesus cria em sua igreja um modelo econômico perfeito: Use o seu dinheiro para demonstrar que Cristo é mais valioso que ele, repartindo com os necessitados. Olhando sob esse prisma, creio que a justiça de Deus na distribuição de dinheiro se vê no sentido de Ele conceder maior possibilidade aos que repartirão o dinheiro, sendo este que repartirá ímpio ou não.
“Deus está mais preocupado em colocar recurso sob os meus cuidados para que eu possa de alguma maneira aliviar a dor dos aflitos do que colocar dinheiro em minhas mãos para que eu possa comprar coisas caras e tolas.”
Juliano Son

2 – Muitas riquezas para mim, menos proteção no meu coração

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”
Mateus 6.19-21

As riquezas podem endurecer o coração do homem até que o seu coração não consiga enxergar a luz da glória da transformação (2 Co 3.18). Deus pode também nos proteger dessa desgraça. Ele, por amor, protege você do dinheiro, por saber que o seu coração não saberia aplicar os seus bens de forma que Cristo fosse glorificado neles. Deus é revelado como infinitamente misericordioso quando nos priva de coisas que podem nos levar ao inferno.

Assim como um pai ordena ao seu filho que coma verduras, que não enfie o dedo na tomada e não coma porcarias, Deus nos protege através da forma como nos abençoa.


Vinícius Albuquerque

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