quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

José e Cristo - Como Deus nos Conduz Soberanamente à Salvação



“Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.”
(Gn. 50: 20)


A Soberania de Deus



Os patriarcas de Israel, tendo o coração endurecido, invejaram aquele que estava para se tornar o maior deles: José (Gn. 37: 3-4). Seus irmãos o venderam por ciúmes, o lançaram à vergonha e ao sofrimento, porém vindo o período de fome em todo o mundo, tornou-se o Egito o único lugar onde se conseguiria comida, e José, agora como governador do Egito, era quem tinha poder sobre a vendia dos alimentos (Gn. 41: 57). Os irmãos de José estavam agora em suas mãos, todavia sem saber sua real identidade, até o momento em que José se revela a eles e, é nesse momento, que lhes é apresentado que tal situação foi na verdade um plano de Deus para preservar a vida de todos (Gn. 45: 3- 8). É simplesmente indescritível a forma como o Senhor utilizou a própria maldade dos irmãos de José para lhes salvar, pois tendo o Senhor revelado a José o que haveria de acontecer, se encheu o coração de seus irmãos de inveja e conspiraram contra ele, todavia o Senhor sabia do que havia de acontecer e permitiu, para que lhes houvesse salvação no tempo de fome. Os homens agiram, pecaram, mas Deus não perdeu o controle da situação em momento algum, e tornou o mal que eles cometeram, no bem que os salvou.



O sofrimento conduziu à salvação



Podemos fazer um paralelo entre a história de José e Jesus, é como se José prefigurasse o Senhor Jesus. Assim como José, nosso Senhor padeceu por inveja, foi repudiado por suas palavras e injustiçado por ciúmes, mas Deus usou a pecaminosidade humana para demonstrar Sua misericórdia. Que grande plano Deus criou, de que outro modo os homens reconheceriam o amor de Deus, senão em lhes perdoar o pecado?

Cristo fez com que o pecado suicidasse na cruz, através do pecado do homem, a obra de redenção e libertação promovida por Cristo, foi efetuada. Cristo não teria sido assassinado senão fosse a perversidade da alma humana, o que torna o plano de Deus infalível, pois de modo algum Judas o deixaria de trair, pois era ganancioso (Jo. 12: 4-6), e de modo algum os fariseus se renderiam a Cristo, pois amavam o poder e a glória diante dos homens, os pecados destes homens os conduziu a matar Jesus. O Senhor via toda a perversidade humana e se utilizou dela para cumprir Seu propósito.

Na história de José, Deus, categoricamente, orquestrou os eventos afim de que a única forma de os irmãos de José permanecessem vivos fosse o perdão daquele contra quem eles pecaram. De mesmo modo, os homens assassinaram o Filho de Deus, sob a permissão do Pai, para que a única forma de sermos salvos, fosse o perdão Dele, que nos é demonstrado através de Cristo, afinal, Deus se fez homem para que o homem visse nEle, a consequência de seu pecado, e assim soubesse o quão digno será seu juízo.

Quando José diz para que seus irmãos não se irritem consigo mesmos (Gn. 45: 5), seria como dizer: “Não vos condenem, pois eu não vos condeno”, assim também disse o meu Senhor na cruz. José sabia que seu sofrimento era necessário para que sua família fosse salva, sabia que Deus o havia escolhido para tal obra, Jesus também sabia que haveria de padecer, somente Ele seria capaz de tomar do cálice da Ira divina. Deus, ao tornar explícito o pecado humano o tornou vergonha diante dos próprios pecadores, de modo que todos os que crêem na divindade de Cristo são constrangidos, mediante Seu amor por nós, a se arrependerem, por isso quem nEle crê como o Unigênito de Deus (Aquele que porta o mesmo “gene” de Deus), jamais perecerá (Jo. 3: 16-17).



Almas pecadoras se rendem diante do perdão



Os irmãos de José arrependeram-se e se renderam a seu irmão, prostrados diante dele disseram: “Eis-nos aqui por teus servos.(Gn. 50: 18b)”. Os irmãos de José estavam dispostos a se entregar a ele como servos, como escravos em troca de seu perdão. José o último dentre os irmãos, tornou-se o maior dentre eles, respeitado por todos, não por seu poder, mas pelo poder de seu perdão.

Nisso tornasse ainda mais fabuloso o plano salvífico de nosso Senhor, pois mostrando na cruz seu perdão, nos constrange à servidão dAquele que é digno de ser servido (2Co. 5: 14), não impondo tiranamente Seu poder, mas perdoando divinamente, de modo que não há outra forma de retribuí-Lo senão servindo-O diligentemente. Por fim não nos resta outra alternativa senão dizermos: “Eis-nos aqui por teus servos”.



Gustavo Marchetti

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